JOVENS SERES HUMANOS DORMEM SUJOS, FAMINTOS E MARGINALIZADOS DEBAIXO DO VIADUTO DE UMA AVENIDA ONDE SE CONTRÓI UM ESTÁDIO QUE CUSTA MILHÕES DE REAIS AO AMAZONAS SÓ PARA AGRADAR À FIFA

A reportagem deste Blog registrou na manhã desta sexta-feira um flagrante que podemos classificar como a triste realidade dos nossos dias, onde a desigualdade social que atravessa todos os Estados brasileiros submete milhares de pessoas a mais profunda miséria retratada pela fome, sede, vestes maltrapilhas e tantos outros flagelos. A grande verdade é que um pobre coitado sem ao menos um humilde lar para dormir, se joga em qualquer lugar como se fosse um trapo e não um ser humano, o qual na teoria das palavras escritas na Constituição, teria no mínimo, direito à educação, à moradia e também à alimentação.

Foi exatamente essa categoria de pessoas condicionadas a mais profunda miséria, fome e expostas ao relento, que a reportagem encontrou nesta sexta-feira de manhã, jogadas e dormindo como (*desculpem a expressão), como porcos ou farrapos humanos debaixo da ponte que faz a passagem de nível no cruzamento da Avenida Constantino Nery com a Avenida Boulevard Álvaro Maia, na Zona Centro-Sul. Quatro vidas, quatro jovens, quatro almas penadas podemos dizer assim, estavam lá, dormindo, sujos, famintos e espremidos uns entre os outros, no mais profundo sono, em cima de um colchão que não era diferentes deles: totalmente preto de tanta sujeira.

VIVEM DAS MIGALHAS DOADAS

Donos de comércios e moradores da área disseram que há momentos em que eles acordam e saem pelos estabelecimentos pedindo um pão, um resto de quentinha, água e vez em quando, a solidariedade de alguns, proporciona aos maltrapilhos daquele local, ganhar uma camisa, uma calça, um calção e até sandálias, sapatos e tênis, todos usados - mas para estes jovens esquecidos e abandonados à própria sorte -, é uma roupa nova, sem dúvida. Eles são chamados de cheira-colas, meninos de rua, e muita gente chega a ter medo e os acusa de serem drogados e capazes de cometer crimes, contudo, existe ou foi dada, qualquer outra condição a estes miseráveis, que anestesiam o corpo de entorpecentes, quem sabe para disfarçar a dura realidade de serem vistos como “o lixo humano da sociedade”.

Por isso mesmo, devemos ter pena ou medo deles? Não seriam eles quem deveriam ter medo de uma sociedade que os vê sujos, maltrapilhos e famintos, mas ninguém os recolhe e dá a eles o que todo ser humano tem direito, como já falamos acima. Discriminados e ultrajados, como qualquer um, a tendência desses jovens que dormem imundos, embaixo das pontes e das passagens de nível de Manaus, como a reportagem deste Blog, presenciou e documentou, não há como serem amáveis, delicados para causarem boa impressão. A pena mesmo que sentimos é que eles vão continuar lá, porque o Poder Público, que deveria ser o primeiro a comprar esta causa, está mais preocupado em construir um estádio de milhões de reais, para agradar a Fifa e a Copa do Mundo.

LAJES CARÍSSIMAS SERÃO O TETO DO FUTURO

- Daqui algum tempo, as lajes externas que custaram milhões desse estágio maravilhoso e gigante, passada a Copa do Mundo, com certeza, vai virar abrigo de muitos destes “rejeitados” que nunca vão conseguir entrar para ver um jogo, e só vai restar para eles, fazer dali, no máximo se não forem enxotados pela segurança, a próxima morada para dividir imagens do que é no mundo de hoje, o “luxo” e a “miséria” do ser humano “EXCLUÍDO”.