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O EVENTO FOI PROMOVIDO PELA POLÍCIA CIVIL DO AM |
Crimes
cometidos por pessoas portadoras de sofrimento psíquico e usuários de
álcool ou drogas frequentemente são registrados nos Distritos Integrados
de Polícia (DIPs) e nas delegacias de Manaus. A maneira correta de
abordar esse grupo de pessoas dentro das delegacias foi o tema de um
evento promovido pela Polícia Civil do Amazonas, em conjunto com a
Secretaria de Estado de Saúde (Susam), durante essa segunda e
terça-feira, 17 e 18 de junho respectivamente, na capital amazonense.
Delegados
Titulares dos DIPs, das Seccionais de Manaus e das Delegacias
Especializadas foram os principais participantes do “1º Encontro de
Abordagem Policial a Portadores de Sofrimento Psíquico, Usuários de
Álcool e outras Drogas”, ocorrido em um auditório na sede da Agência de
Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), na Zona Centro-Sul da cidade.
Aulas expositivas e discussões estavam na programação.
“O
objetivo do encontro foi proporcionar aos delegados uma capacitação
sobre qual deve ser a correta abordagem policial com esse público, ou
seja, levar informações de como agir nesses casos de complexidade e não
simplesmente fazer uma abordagem comum”, informou a assistente social
Stephane Varela Garcez, da Comissão de Capacitação, Treinamento e Desenvolvimento (CCTD) da Polícia Civil do Amazonas.
Segundo
ela, a proposta foi esclarecer aos participantes as normas contidas na
Política Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas.
“O
recebimento de casos com pessoas com deficiência mental ou vícios deve
levar em conta não só a parte de investigação criminal, mas também a
parte social com um trabalho multidisciplinar, que envolve os psicólogos
e assistentes sociais na delegacia”, disse Stephane Varela.
Com
a implantação do projeto “Ame a Vida”, da Secretaria de Estado de
Assistência Social (Seas), cada delegacia de polícia conta atualmente
com esses profissionais (psicólogos e assistentes sociais) para atender a
população.
PROCEDIMENTO CORRETO
Para
o Delegado Clodomir Vito Sobrinho, Titular do 20º DIP, o encontro deu
direções aos participantes de como lidar com casos de alta complexidade.
“Se uma pessoa que coloca em risco a vida de familiares e de terceiros é
conduzida à delegacia, como ela deve ser conduzida e detida? Recebíamos
frequentemente casos assim, mas não tínhamos a tecnicidade para agir. É
isso que o curso está proporcionando”, disse Clodomir Vito. Para ele, é
importante preservar a integridade da pessoa portadora de deficiência
ou com vícios em álcool ou droga.
“Atualmente
a Polícia Civil vem atendendo muitas demandas de questões sociais.
Precisamos dar um tratamento especializado para esse público. Qual o
local para onde devemos encaminhá-las? Por mais que no dia a dia
procedemos levando em conta a experiência de trabalho, é necessário o
esclarecimento de como proceder. Não é que a autoridade policial vá
diagnosticar um caso de pessoa com deficiência ou vício, mas ela precisa
perceber o caso e encaminhar o indivíduo para um local correto”,
informou a Delegada Ana Cristina Braga, Titular do 26º DIP.
CENTRO PSIQUIÁTRICO EDUARDO RIBEIRO
De
acordo com a psicóloga e fisioterapeuta Maria de Lourdes Ribeiro
Siqueira, coordenadora Estadual de Saúde Mental e membro do Conselho
Estadual de Entorpecentes (Conem), uma pessoa portadora de sofrimento
psíquico ou usuária de droga ou álcool que chega a uma delegacia deve
ser encaminhada ao Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro (CPER), na Zona
Centro-Sul da capital, para receber tratamento adequado.
“A
Polícia Civil atende atualmente grande demanda desse tipo de público.
Estamos aqui nesse encontro sensibilizando sobre a forma correta de
trabalhar com eles e atendê-los. Aonde levar esse indivíduo que chega à
delegacia? Ele deve ser encaminhado ao ‘Eduardo Ribeiro’, ou pela
própria polícia ou pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu),
onde receberá o tratamento adequado. Hoje o cuidado em saúde mental
deve ser por reintegração social”, informou Maria de Lourdes.
Além
dela, também palestraram no encontro a enfermeira Graça Martins e a
assistente social Edilza Mar, da Susam, e a técnica da Coordenação
Estadual de Saúde Mental, Valéria Silvan. Um documento com dúvidas e
esclarecimentos dos participantes será produzido ao final do encontro.
Segundo Stephane Varela, a ata do evento será utilizada para aperfeiçoar
um segundo encontro com a mesma temática que deverá ser realizado ainda
em 2013. “No próximo encontro, vamos expandir e convidar servidores do
Ministério Público e do Tribunal de Justiça”, declarou.
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