quarta-feira, 19 de junho de 2013

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA MENTAL OU VÍCIO EM ÁLCOOL OU DROGAS DEVERÃO RECEBER ATENDIMENTO ESPECIALIZADO NAS DELEGACIAS

O EVENTO FOI PROMOVIDO PELA POLÍCIA CIVIL DO AM
Crimes cometidos por pessoas portadoras de sofrimento psíquico e usuários de álcool ou drogas frequentemente são registrados nos Distritos Integrados de Polícia (DIPs) e nas delegacias de Manaus. A maneira correta de abordar esse grupo de pessoas dentro das delegacias foi o tema de um evento promovido pela Polícia Civil do Amazonas, em conjunto com a Secretaria de Estado de Saúde (Susam), durante essa segunda e terça-feira, 17 e 18 de junho respectivamente, na capital amazonense.

Delegados Titulares dos DIPs, das Seccionais de Manaus e das Delegacias Especializadas foram os principais participantes do “1º Encontro de Abordagem Policial a Portadores de Sofrimento Psíquico, Usuários de Álcool e outras Drogas”, ocorrido em um auditório na sede da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), na Zona Centro-Sul da cidade. Aulas expositivas e discussões estavam na programação.

“O objetivo do encontro foi proporcionar aos delegados uma capacitação sobre qual deve ser a correta abordagem policial com esse público, ou seja, levar informações de como agir nesses casos de complexidade e não simplesmente fazer uma abordagem comum”, informou a assistente social Stephane Varela Garcez, da Comissão de Capacitação, Treinamento e Desenvolvimento (CCTD) da Polícia Civil do Amazonas.

Segundo ela, a proposta foi esclarecer aos participantes as normas contidas na Política Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas.

“O recebimento de casos com pessoas com deficiência mental ou vícios deve levar em conta não só a parte de investigação criminal, mas também a parte social com um trabalho multidisciplinar, que envolve os psicólogos e assistentes sociais na delegacia”, disse Stephane Varela.

Com a implantação do projeto “Ame a Vida”, da Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), cada delegacia de polícia conta atualmente com esses profissionais (psicólogos e assistentes sociais) para atender a população.

 PROCEDIMENTO CORRETO
 
DELEGADOS FALARAM SOBRE O ASSUNTO
Para o Delegado Clodomir Vito Sobrinho, Titular do 20º DIP, o encontro deu direções aos participantes de como lidar com casos de alta complexidade. “Se uma pessoa que coloca em risco a vida de familiares e de terceiros é conduzida à delegacia, como ela deve ser conduzida e detida? Recebíamos frequentemente casos assim, mas não tínhamos a tecnicidade para agir. É isso que o curso está proporcionando”, disse Clodomir Vito. Para ele, é importante preservar a integridade da pessoa portadora de deficiência ou com vícios em álcool ou droga.

“Atualmente a Polícia Civil vem atendendo muitas demandas de questões sociais. Precisamos dar um tratamento especializado para esse público. Qual o local para onde devemos encaminhá-las? Por mais que no dia a dia procedemos levando em conta a experiência de trabalho, é necessário o esclarecimento de como proceder. Não é que a autoridade policial vá diagnosticar um caso de pessoa com deficiência ou vício, mas ela precisa perceber o caso e encaminhar o indivíduo para um local correto”, informou a Delegada Ana Cristina Braga, Titular do 26º DIP.

CENTRO PSIQUIÁTRICO EDUARDO RIBEIRO
 
PESSOAS ESPECIAIS RECEBERÃO ATENÇÃO ESPECIAL
De acordo com a psicóloga e fisioterapeuta Maria de Lourdes Ribeiro Siqueira, coordenadora Estadual de Saúde Mental e membro do Conselho Estadual de Entorpecentes (Conem), uma pessoa portadora de sofrimento psíquico ou usuária de droga ou álcool que chega a uma delegacia deve ser encaminhada ao Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro (CPER), na Zona Centro-Sul da capital, para receber tratamento adequado.

“A Polícia Civil atende atualmente grande demanda desse tipo de público. Estamos aqui nesse encontro sensibilizando sobre a forma correta de trabalhar com eles e atendê-los. Aonde levar esse indivíduo que chega à delegacia? Ele deve ser encaminhado ao ‘Eduardo Ribeiro’, ou pela própria polícia ou pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), onde receberá o tratamento adequado. Hoje o cuidado em saúde mental deve ser por reintegração social”, informou Maria de Lourdes.

Além dela, também palestraram no encontro a enfermeira Graça Martins e a assistente social Edilza Mar, da Susam, e a técnica da Coordenação Estadual de Saúde Mental, Valéria Silvan. Um documento com dúvidas e esclarecimentos dos participantes será produzido ao final do encontro. Segundo Stephane Varela, a ata do evento será utilizada para aperfeiçoar um segundo encontro com a mesma temática que deverá ser realizado ainda em 2013. “No próximo encontro, vamos expandir e convidar servidores do Ministério Público e do Tribunal de Justiça”, declarou. 

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