Um grupo formado por onze detentos fugiu da 73ª Delegacia de Polícia Civil de Novo Airão, na madrugada de ontem (domingo - dia 18), segundo confirmou o delegado titular, Lázaro Ramos, que também comunicou o fato à cúpula da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejus/Am).
A fuga em massa acontece menos de um mês depois da rebelião na Delegacia de Polícia Civil de Parintins, que há quase um ano, igualmente ao que acontece na Delegacia de Novo Airão, também foi transformada em cadeia pública depois que o juiz da Comarca constatou a superlotação das celas no presídio daquele município.
Em Parintins, duas semanas antes da rebelião, os delegados haviam feito comunicado superlotação, reclamação de presos e até um suposto caso de estupro de uma menor de idade infratora, dentro de uma das celas, sem contar o receio dos policiais de plantão, que vinham recebendo ameaças e muitas xingações dos presos.
Os policiais da Delegacia de Novo Airão, município que fica a 157 quilômetros de Manaus em linha reta, em apenas nove celas, estavam confinados cerca de 50 etentos provisórios, a maioria aguardando julgamento por tráfico de drogas, assalto e homicídio, segundo informações passadas pelos policiais civis nesta segunda-feira.
CAOS NO SISTEMA ATINGE INTERIOR DO ESTADO
Enquanto que em Manaus mais de 5 mil detentos também superlotam as cadeias públicas e presídios, gerando fugas em massa, rebeliões até na unidades de detenções femininas da capital, o interior do Estado, pelo visto, também está apresentando um verdadeiro caos.
Delegados, investigadores e escrivãos da Polícia Civil estão sofrendo e sentindo na pele este problema porque ficam sem poder trabalhar como deviam, já que acabam sofrendo um grave “desvio de funções”, porque, quando deveriam estar nas ruas investigando crimes e prendendo bandidos, ficam obrigados a tomar conta de presos de Justiça.
Na delegacia de Novo Airão, na delegacia de Parintins e nas unidades da Polícia Civil de outros municípios onde a superlotação das celas acarreta problema para delegados e seus comandados, a cada dia que passa, com a chegada de mais presos, o problema só se agrava e coloca tanto a população carcerária como os policiais em risco de confronto.
POUCOS POLICIAIS NAS DELEGACIAS DO INTERIOR
Os delegados, investigadores e escrivãos ainda denunciam que, como se não bastasse não poder trabalhar com tantos presos nas celas das delegacias dos municípios, eles ainda são poucos para dar conta de um problema tão sério, que transforma delegacia em cadeia pública, sem nenhuma estrutura que garantam no mínimo a segurança.
Os prédios não obedecem de forma alguma, espaço adequado para confinar tanta gente já que o próprio expediente da delegacia, muitas vezes também resulta em prisões em flagrante ou em regime temporário de investigações em andamento, levando ao risco de se colocar presos de Justiça com pessoas, simplesmente detidas para averiguações.
FORAGIDOS DA DELEGACIA DE NOVO AIRÃO
A lista de presos que fugiram da Delegacia de Polícia Civil de Novo Airão consta os nomes de Raimundo Machado Gomes, Francisco Salete Delgado, Francimar Lindoso da Silva, Oséias Muniz dos Santos, Frank Nogueira Pinto, Ivanilson Pinheiro, Valtino Fragoso Marinho, Claudemir Pereira, Edson Souza Lima, Felipe Nogueira e Delcilene Angélica Marinho.
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